Olá a todos.
Hoje volto a publicar mais uma série de desenhos do Ararê Novaes, a terceira série que o desenhador Brasileiro está a fazer para homenagear o piloto Nelson Piquet, esta homenagem é feita sob a forma de uma colecção de imagens que representam todos os carros que o piloto tripulou ao longo da sua carreira.
No último post relativo a este mesmo tema apresentei todos os modelos que forma conduzidos pelo campeão nas temporadas entre 1978 e 1980, alguns deles em testes privados, outros já em prova, desde a sua estreia no primeiro Grande Prémio que disputou até à conquista da sua primeira vitória.
Hoje vou abordar o periodo compreendido entre 1980 e 1982, sempre ao serviço da equipe Britanica Brabham:
1980
Durante o ano de 1980 a Brabham tentava começar a seguir os passos de outras equipes, na altura estava em crescendo a utilização da nova tecnologia que iria revolucionar a Fórmula 1 nos anos que se seguiriam, o motor Turbo.
Assim sendo, a escuderia fez um acordo com a marca Germânica B.M.W. para o fornecimento de motores turbo. Nesse mesmo ano foi criado um carro híbrido, o Brabham BT49T (o T significava turbo), que era um aproveitamento do chassis que estavam a utilizar e no qual foi acoplado um motor turbo B.M.W, este veículo serviu de balão de ensaio para uma aproximação gradual a este novo tipo de propulsor, nesse ano, Nelson Piquet testou este carro durante vários dias no Circuito de Paul Ricard em França.
1981
Para esta temporada, a Brabham contratou o Mexicano Hector Rebaque para ser o colega de equipe de Piquet, ambos iriam ter à sua disposição o modelo Brabham BT49C, com motor Ford Cosworth e ao longo da temporada este carro iria tornar-se um marco na carreira do projectista Gordon Murray e ao mesmo tempo iria marcar de tal forma a modalidade que se tornaria inesquecível.
Nesse ano a FIA tinha proibido as chamadas saias moveis que ajudavam a tornar o efeito de solo mais efectivo, assim, com esta proibição, todos os caros teriam que ter uma altura mínima ao solo de 6 cm, com esta medida o próprio efeito de solo desaparecia, visto não se conseguir vedar as laterais do carro.
O máximo que se conseguiria ter eram as saias laterais colocadas de maneira permanente no carro, não podendo ser móveis e com a obrigatoriedade de estarem sempre com os famosos 6 cm do chão, foi aqui que entrou em acção o genial Gordon Murray, este engenheiro mecânico depois de ter estudado durante bastante tempo os novos regulamentos conseguiu arranjar uma forma bastante hábil de contornar os mesmos.
Inventou a chamada suspensão hidro-pneumática que funcionava da seguinte forma: quando o carro estava parado a sua altura ao solo era completamente legar, fixava-se permanentemente no tais 6 cms, mas quando estava em andamento as forças descendentes provocadas pelos ailerons faziam baixar a altura do carro ao solo e assim conseguia-se que as saias laterais tocassem no asfalto fazendo com que voltasse a haver efeito de solo, esta medida foi de tal maneira inovadora que nem os próprios comissários desportivos desconfiaram de nada, e mesmo que tivessem dúvidas nunca conseguiriam medir a altura mínima ao solo com o carro em rolamento...
Nesse amo Nelson Piquet obtém três vitórias, nos Grandes Prémios da Argentina, San Marino e Alemanha, obtém também um segundo lugar no GP da Holanda, 3 terceiros lugares e por fim com dois quintos lugares no final da temporada consegue o seu primeiro titulo Mundial, com 50 pontos, um a mais que o Argentino Carlos Reutemann.
1982
Este modelo sofreu muito com problemas de juventude associados ao próprio motor, como era uma tecnologia nova ainda não se conseguiam resolver todos os principais problemas que estes propulsores demosntravam, casos como o elevado consumo, a pouca fiabilidade e o pior deles todos em prova: o efeito "turbo lag", em pistas com curvas de baixa velocidade o motor tinha uma resposta bastante lenta a baixas rotações o que prejudicava grandemente as retomas de velocidade.
Na primeira prova as coisas até nem correm mal de inicio, Piquet consegue o segundo lugar na grelha de partida mas na corrida abandona muito cedo, na terceira volta com problemas no motor.
Devido a este facto a equipe decide voltar a utilizar o velhinho BT49, desta vez na versão D no Grande Prémio do Brasil, disputado em Jacarepaguá, nessa corrida a vitória sorri ao piloto Brasileiro mas no final da prova e depois das inspecções técnicas é desclassificado, o motivo:
Este modelo tinha um reservatório de água que segundo a equipe servia para arrefecimento dos discos de travão, mas nas primeiras voltas da prova o depósito ia ficando vazio até ao ponto de ficar completamente seco, com esta artimanha (outra vez Gordon Murray...) conseguia-se baixar o peso do carro em bastantes quilos, quando as provas acabavam os carros eram pesados e o regulamento exigia que o fossem com todos os líquidos repostos, ora assim, tornava-se a encher o reservatório fantasma com água e o carro já tinha o peso regulamentar de novo, mas a marosca foi descoberta e só durou uma corrida...
No resto da temporada a equipe voltou a utilizar o Brabham BT50 não tendo o mesmo obtido resultados expressivos, nesse ano Nelson Piquet terminou a temporada na 11ª posição e conquistou só 20 pontos, foi o preço a pagar pela introdução de uma tecnologia que faria escola nos anos seguintes.
Por hoje terminamos, brevemente voltarei a falar da carreira deste Campeão, com histórias sempre acompanhadas pelos belos desenhos do Ararê Novaes, e já agora visitem o seu Blogue, apreciem o seu trabalho e deixem-lhe uma palavra amiga e de incentivo.
Um grande abraço a todos.
Pedro Costa
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