Olá a todos.
Hoje vou voltar a falar de modelismo, mais concretamente da continuação da montagem do Tyrrell 020, esta construção esteve uns dias parada devido à minha ausência de casa por motivos de férias, merecidas, diga-se.
Para recomeçar trago mais umas imagens deste trabalho que até ao momento está a correr muito bem, sem nenhum tipo de contratempos ou atrasos significativos que em alguns casos podem fazer um modelista desesperar completamente.
Mas melhor que palavras, vamos então às imagens e descrições:
Os topos das asas dianteiras:
Estas peças já tinham sido totalmente pintadas de branco contrariando assim o que dizia o manual de instruções, este tinha indicado que se deveriam pintar estas peças da cor TS-42 "Light Gun Metal" em spray da Tamiya e depois deveriam-se colocar uns decalques brancos no exterior das mesmas, na altura achei que esta opção não era a melhor porque para além de perder alguns dos detalhes que as peças têm poderia-se dar também o caso do decalque branco não cobrir a cor base, muito mais escura da melhor maneira, então decidi pintar tudo de branco e depois, mais tarde pintar o interior das peças com o Light Gun Metal indicado inicialmente.
O pior era conseguir arranjar uma maneira de fazer isto sem estragar a pintura que ficaria opor baixo, tinha que evitar a todo o custo sujar o branco o deixar algum escorrido que arruinasse todo o trabalho, pensei durante alguns dias na melhor maneira de o conseguir e resolvi então colar um pouco de fita Tamiya na zona que iria ficar em branco e depois daria então o TS-42 por cima, sempre em camadas muito finas para evitar qualquer azar.
comecei por colar a referida fita muito bem, tentando fazer com que a mesma ficasse muito bem agarrada e sem nenhum bocado levantado ou enrugado por onde pudesse entrar tinta, esta operação tinha que ser quase instântanea, ou seja colava a fita e logo depois daria a tinta para prevenir que a fita levantasse entretanto.
Ainda antes de pintar com o TS-42 lembrei-me de fazer algo que já tinha visto em Sites da especialidade, é uma técnica que muitos modelistas utilizam para prevenir estes erros e costuma resultar muito bem, funciona da seguinte maneira:
Ainda antes de pintar com a tinta de tom diferente da tinta base pode-se dar e deve-se uma passagem muito ligeira com a cor que está já pintada, neste caso o branco, desta forma consegue-se evitar que a tinta que irá ser pintada de seguida se consiga infiltrar nalgum espaço que tenha ficado livre devido à má colocação da fita de isolamento pois a primeira camada de tinta igual à base encarrega-se de fazer isso, entrar nos espaços livres e preencher as falhas e assim, desta forma as camadas seguintes já não o farão. Outros modelistas costumam utilizar verniz transparente para fazer esta operação, é uma opção muito válida e recomendo qualquer uma delas.
De resto procedi como sempre faço de cada vez que pinto algo a spray, camadas muitos finas e deixar secar cerca de meia hora entre cada uma, neste caso dei três demãos de tinta e deixei as peças a secar cerca de duas semanas o que calhava bem porque ia uns dias de férias, não precisava de me preocupar com algum atraso nos trabalhos porque eu prório estaria ausente e longe de casa, a única preocupação que tinha e que nalguns dias me assolou as ideias foi não saber se a pintura tinha corrido bem nas zonas de isolamento com a fita, mas isso só poderia ser confirmado quando voltasse a casa.
E eis que tinha chegado o momento da verdade, e, esta semana quando voltei a pagar no kit foi uma das primaeiras peças em que mexi, precisava de retirar a fita e confirmar se tudo tinha corrido conforme o planeado e como eu esperava que corresse.
Assim foi, removi a fita com muito cuidado para evitar que a mesma pudesse trazer agarrado algum bocado de tinta das peças, isto pode acontecer quando se deixam as peças com fita isoladora durante muito tempo, ao retirar a mesma ela pode retirar tinta das peças porque neste tempo a cola da fita secou e perdeu muitas das suas propriedades, caso da elasticidade.
Felizmente correu tudo bem e o reultado final é este que se pode observar nestas imagens, as peças ainda não estão acabadas pois ainda falta retirar o excesso de tinta que ficou nos rebordos das peças e para o fazer vou utilizar lixa muito fina, de grão #1000 e muita àgua, depois é só lixar com muito cuidado para evitar retirar a tinta branca destes topos, só necessito de retirar o Light Gun Metal e assim que o conseguir fazer paro de imediato pois se continuar posso sempre correr o risco de retirar o branco, o primário e ficar-se a ver o plástico e isso não queremos pois não??
Os discos de travão:
Neste caso o trabalho foi muito mais fácil, os discos já tinham sido pintados anteriormente e agora faltava a parte do detalhe, para isso pintei primeiro os centros de prateado e logo depois as pinças de travão co uma mistura de dourado e prata, tudo isto em tintas enamel da Humbrol e sempre aplicado com um pincel de expessura média, após as inturas deixei as peças a secar durante 1 dia e meio.
Após a confirmação que estava tudo bem seco comecei então a fazer o envelhecimento destas peças, apesar das mesmas não ficarem quase vísiveis no final não deixei passar estee pormenores em branco porque para além de dar muito mais realismo ao trabalho também dá um gozo daqueles fazer estes pequenos detalhes.
Primeiro, ou melhor para começar fim uma ligeira aplicação da técnica do pincel seco, apliquei um pouco de tinta prateada, mais clara que a pintura base, (depois de ter molhado o pincel na mesma retirei o excesso de tinta do pincel fazendo passagens rápidas num bocado de papel absorvente) em todas as peças, sempre muito ao de leve e em passagens rápidas pois a principal função desta técnica é deixar as partes mais salientes das peças com tinta, não todo o conjunto, depois disso mais um período de secagem...o modelismo é isto mesmo, fazer as coisas com muita paciência.
A seguir tinha chegado a altura da técnica dos "Washes", esta técnica consiste em aplicar tinta um pouco mais escura, de preferência com um tom semelhante ao utilizado nas peças estando a mesma também muito diluída. É muito utilizada pelos modelistas que fazem as temáticas relacionadas com veículos blindados ou aviões, para conseguirem realçar as zonas mais profundas das peças.
Aqui, como se tratam de peças automóveis decidi utilizar a tinta acrílica X-19 "Smoke" da Tamiya e apliquei a mesma quase sem diluição, os passos são os seguintes:
Colocam-se as peças o mais horizontais possivel, depois aplica-se a tinta com o pincel bastante molhado e não se dão passagens, deixa-se simplesmente cair a tinta na peça e como a mesma está diluida vai-se escorrendo e adaptar-se assim a todas as formas das peças, ficando sempre bastante concentrada nas zonas mais profundas.
Depois de deixar secar cerca de uma hora basta pegar num cotonete, embebê-lo ligeiramente em diluente para tintas acrilicas e dão-se depois umas passagens muito leves nas peças para retirar o excesso de tinta, vão reparar que a tinta que está nas zonas mais profundas vai-se manter e no resto da peça irá sair, isto é perfeitamente normal e é mesmo assim que queremos que seja pois o principal objectivo destas técnicas é o de realçar a profundidade e os contrastes entre as zonas mais altas e as que estão mais profundas.
Podem observar o resultado final nesta imagem e para quiser aprofundar um pouco mais estas técnicas pode sempre ler um artigo muito mais completo que escrevi aqui no Blogue durante a construção de outro modelo, para isso basta clicar aqui.
O motor (continuação, parte 1):
Já aqui tinha mostrado fotografias deste conjunto (e não vai acabar por aqui....), neste caso depois de ter pintado a peça totalmente de preto semi-brilhante, já tinha também explicado a técnica que tinha utilizado para realçar as letras do motor, na altura tinha dito também que não sabia se esta aproximação iria resultar pois era a primeira vez que utilizava "Bare Metal Foil" por baixo de uma pintura.
Já tinha também mostrado masis algumas imagens do começo da pintura da caixa de velocidades e agora chegou a vez de mostrar mais uns avanços neste trabalho, este conjunto vai ser provavelmente o que me vai dar mais trabalho poi vou tentar detalhar estas peças ao máximo, com muitas cablagens, tubos, etc.
Chegou então a altura de verificar se conseguiria fazer com que as letras ficassem com um aspecto bastante real, para isso tive que lixar (com lixa #1000) muito devagar por cima das mesmas com a principal intenção de retirar o máximo de tinta possível e tentar ao mesmo tempo não danificar o "Bare Metal" que se encontrava por baixo.
Quando comecei a ver a pelicula metálica parei imediatamente de lixar e comecei então a fazer umas passagens muito suaves com um cotonete ligeiramente embebido em diluente sintético, fiz várias passagens e entre cada uma passava também com um cotonete seco para retirar tinta que se encontrava já molhada e desta forma conseguia ao mesmo tempo ver o andamento do trabalho e secava também a peça evitando assim que o diluente atacasse as zonas adjacentes à que estava a trabalhar.
No final correu tudo conforme esperado, retirei toda a tinta que estava por cima das letras e o efeito final é muit bonito, parece mesmo metal e não letras pintadas com tinta prateada.
Durante estes dias aproveitei também para detalhar mais um pouco este conjunto mecânico e pintei também os conectores electrónicos com azul metalizado e dourado, as bombas de água e óleo, uma de cada lado do bloco do motor foram também pintadas com alumínio e nestes detalhes utilizei sempre um pincel muito fino e sempre tintas enamel.
Depois de ver algumas fotografias de referência reparei que as bombas de água e de óleo tinham uma protecção contra o calor dos escapes na zona mais pronunciada das mesmas e que vai ficar mais próximo dos colectores, lembrei-me então de utlilizar a prata que vem nos maços de tabaco para imitar estas protecções que tinham uma malha quadrada, existem maços de tabaco de algumas marcas que têm a prata com esta malha (não vou dizer as marcas por razões óbvias...) e a sua aplicação foi muito fácil, bastou medir as zonas que tinham que ser protegidas, cortar a prata com um X-Acto muito afiado para evitar que este material se desfaça e depois colar na sua posição final com Cianocrilato, muito pouco, só o suficiente para manter as peças no lugar.
Por hoje é tudo, sei que esta explicação foi muito longa mas como devem calcular já andava com muita vontade de escrever sobre este trabalho e estes dias longe do mesmo só me aguçou ainda mais a vontade, por isso quando comecei a escrever este artigo (já lá vão quase duas horas) não sabia se iria conseguir fazê-lo de uma forma sintética e que todos percebessem, mas de qualquer maneira tentei dar o meu melhor, espero que tenham gostado, o trabalho esse continua.....
Um grande abraço.
Pedro Costa
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