Olá a todos.
Já à algum tempo que não mostrava aqui os desenhos desta série, feitos pelo Ararê Novaes, representam todos os carros de Fórmula 1 que Nelson Piquet pilotou ao longo da sua carreira, entre 1978 e 1991, neste momento ele já terminou toda a série mas não vou para já colocar todos os desenhos, neste 5º capítulo vou só mostrar mais alguns dos modelos, começando em 1985 e terminando em 1989, o resto virá depois, muito em breve e assim finalmente terminará esta mostra de uma homenagem bastante bonita feita por um grande desenhador.
1985
Brabham BT54
Em 1985 Nelson Piquet iria continuar ligado à Brabham e tentaria fazer tudo por tudo para conseguir fazer esquecer a má época que tinha feito no ano anterior, assim, desta forma foi apresentado no inicio do ano o modelo que tentaria fazer com que a marca Inglesa regressasse aos bons resultados, foi lançado então o Brabham BT54, este modelo cortava radicalmente com aquilo que tinham sido as tendências dos anos anteriores, onde os modelos tinham as laterais muito recuadas e eram conhecidos por terem um aspecto muito semelhante a uma flecha.
Este novo carro, desenhado como sempre por Gordon Murray tinha os pontões laterais muito compridos e começavam imediatamente a seguir às rodas dianteiras, o desenho era muito semelhante aos modelos do começo dos anos 80 com a única diferença de não possuírem efeito de solo mas um fundo completamente plano.
Nesta altura a Brabham já começava a perder muito do seu carisma enquanto construtor e isso era bastante notório até na marca de pneus utilizada, a Pirelli, ora este fabricante de pneumáticos era por norma o fornecedor das equipes mais pequenas, aquelas que andavam quase sempre no fundo do pelotão e assim já se previa que logo à partida a Brabham já estaria em desvantagem em relação aos seus competidores directos que calçavam pneus Goodyear.
Foi um ano muito complicado para Piquet, teve inúmeros abandonos, quase sempre devido a problemas mecânicos provocados por um motor muito frágil e uma transmissão que não lhe ficava atrás, mesmo assim contra todas as expectativas consegue vencer o Grande Prémio de França, em Paul Ricard que se tornaria a última vitória da Brabham, a partir daí seria sempre a decair e no final do ano termina o campeonato em 8º lugar com apenas 21 pontos.
Nelson Piquet era uma sombra dele próprio, sabia que se continuasse nesta equipe nada mais lhe restaria senão maus resultados e por isso, farto de levar a equipe às costas decide, para seu bem mudar-se para a Williams.
1986 / 1987
Williams FW11
Frank Williams foi sempre conhecido por ter grandes duplas de pilotos nas suas equipes e para 1986 isso não era diferente, todos apostavam que um dos pilotos da equipe seria campeão em 1986 pois Nelson piquet teria como companheiro Nigel Mansell, ou melhor Mansell é que seria secundado por Piquet, isto não agradou ao Brasileiro pois contava ter um tratamento igual, afinal era um bicampeão mundial.
O modelo para 1986 era o Williams FW11 que estava equipado com um motor Honda Turbo, este modelo revelou-se logo de ínicio muito rápido e fiável, neste ano ambos os pilotos venceram bastantes provas e eram considerados os favoritos à conquista do ceptro mas infelizmente a luta interna provocada essencialmente por Patrick Head, apoiante ferveroso de Mansell e Frank Williams, defensor de Piquet, aliados a muitos erros de gestão aos quais não foi alheio o acidente quase fatal que Frank Williams sofreu e que o afastam da gestão da sua equipe, leva à perda do título para Alain Prost, na última prova do ano, o Grande Prémio da Austrália, a lição seria aprendida e no ano seguinte iriam tentar fazer tudo de forma diferente, seria....?
Em 1987, o modelo seria uma evolução do carro do anos anterior, é assim apresentado o Williams FW11B, muito semelhante ao modelo anterior mas com muitas alterações técnicas.
Logo de ínicio notam-se as melhorias e ambos os pilotos partem embalados para uma luta a dois pois o seu dominio era tão notório que os restantes pilotos cedo ficaram arredados do titulo mundial.
Mesmo assim a Williams continuava com a sua tendência de favorecer de forma descarada o "piloto da casa" e mais uma vez Piquet começava a dar mostras do seu descontentamento pois até os seus "setups", as afinações que fazia no seu carro eram imediatamente copiadas e feitas também no carro do Britânico, é aqui que Piquet mostra uma das suas faces mais conhecidas, fazendo um jogo do gato e do rato deixa que os mecânicos da Williams copiem à vontade as suas afinações (erradas) e já mesmo em cima da corrida resolve alterar tudo para melhor, desta forma os mecânicos já não tinham tempo de fazer o mesmo no carro de Mansell, mau afinador por natureza.
É neste ano também que é estreada a primeira suspensão activa e logo Piquet obtém a pole-position para o Grande Prémio de Itália, na prova consegue também o primeiro lugar mas esta nova tecnologia não teria uma vida muito longa durante este ano pois na prova seguinte, em Portugal a equipe resolve retirar este equipamento dos dois carros pois Mansell não se conseguia adaptar, Piquet, ao contrário fazia maravilhas e mais uma vez, para não beneficiar o Brasileiro resolvem voltar à suspensão convencional.
Isso não seria impedimento para Piquet pois era conhecido por conseguir retirar todo o sumo de qualquer carro e no final do ano, depois de vencer os GPs da Alemanha, Hungria e Itália, ser 2º no Brasil, Mônaco, EUA, França, Inglaterra, Áustria e México, 3º em Portugal e 4º colocado em Espanha, com 73 pontos, conquista finalmente o seu terceiro titulo mundial.
Mais uma vez, agastado com a maneira como foi tratado resolve abandonar a Williams e junta-se a mais uma marca histórica, a Lotus...
1988 / 1989
Lotus 100T
Este construtor ainda estava a digerir a perda de Ayrton Senna quando contratou Piquet, contavam assim voltar aos seus tempos áureos, repletos de vitórias e no inicio de 1988 todos partiam optimistas devido à conjugação de vários factores: um modelo, o Lotus 100T desenhado por Gerard Ducarouge, um motor Honda V6 Turbo super potente e um Tri-Campeão do Mundo aos seus comandos.
Mas depressa a alegria se transformaria em desilusão pois o modelo era demasiado frágil, o chassis não tinha resistência torcional praticamente nenhuma e para ajudar era muito mais lento, às vezes 7 kms/h que os modelos equipados com o mesmo motor, caso do McLaren MP4/4.
Nelson Piquet faz tudo por tudo para melhorar o carro, tenta várias soluções mas é tudo em vão, desentende-se com o projectista ao qual diz que o modelo não presta mesmo nada e em pista somente consegue competir com os modelos de motor aspirado, no final do ano é apenas 6º no campeonato com apenas 22 pontos.
Lotus 101
Se as coisas já iam mal no ano anterior ficaram ainda pior em 1989, a Lotus tinha mudado de propulsor e montava agora um motor Judd aspirado na traseira do Lotus 101, este motor era um dos menos potentes de todo o pelotão e os resultados nunca apareceram, pela primeira vez na sua carreira Nelson Piquet lutava para se classificar para as provas, conseguia fazê-lo quase sempre nos últimos lugares e pela primeira vez em muitos anos não consegue lugar para largar pois fica de fora no Grande Prémio da Bélgica em Spa-Francorchamps, isto foi a gota de água, farto de maus resultados, Piquet termina o campeonato em 8º lugar com apenas 12 pontos, na sua cabeça já tinha tomado uma decisão: mudar de equipe.
Por hoje é tudo, espero que tenham gostado desta breve explicação acompanhada pelos magníficos desenhos do Ararê Novaes, para quem não conhece vale a pena visitar o seu Blogue, lá irão encontrar verdadeiras obras, muito bem desenhadas e com algum humor à mistura, para isso basta clicar aqui.
Um grande abraço.
Pedro Costa
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