Tuesday, September 14, 2010

Desenhos - As Transparências ou "Cutaways" - Ferrari 126C2


Olá a todos.

Hoje está de volta mais uma rubrica que já se tornou bastante habitual no nosso espaço, falo-vos como já devem ter reparado pelo titulo dos desenhos em transparência ou "cutaway".

O carro escolhido para ilustrar o post de hoje é por muitos considerado como um dos carros de Fórmula 1 mais bonitos de sempre e talvez o Ferrari de F1 mais belo de todos os tempos, hoje tenho para vós o Ferrari 126C2.

Este modelo foi desenhado pelo talentoso Harvey Postlethwaite que já tinha ficado conhecido por desenhar e projectar outros modelos de bastante sucesso como por exemplo o Wolf WR1, Postlethwaite desenhou este modelo como sendo uma evolução natural do 126Ck de 1981 que se tinha tornado o primeiro Fórmula 1 da Ferrari a incorporar um motor sobrealimentado.

O 126CK tinha ficado conhecido por ser demasiado frágil, tinha pouca rigidez estrutural e ao longo do ano de 1981 conseguiu muito poucos resultados de relevo, onde particamente só se destaca a vitória no Grande Prémio de Espanha no circuito de Jarama.

Para 1982 todo o projecto foi revisto e nasceu assim o C2, era muito mais forte e rápido tendo-se conseguido impor à concorrência logo a partir do inicio da temporada através da velocidade de  Gilles Villeneuve e da consistência de Didier Pironi.

Naquele ano a dupla da Ferrari estava a caminhar para conquistar o titulo e todos sabiam que o preferido do commendatore era Villeneuve, ao mesmo tempo, por altura do Grande Prémio de San Marino, Pironi não contente com o estatuto de segundo piloto decide contestar a ordem estabelecida e vence a corrida contra todas as ordens que a Ferrari que lhe dava para deixar passar o Canadiano.

Os dois nunca mais se falaram e logo na prova seguinte, na Bélgica, Villeneuve decide agir e tenta nos treinos ficar à frente do seu companheiro de equipe, dá tudo por tudo e quando fazia uma volta canhão encontra pelo caminho o March de Jochen Mass que estava já bastante lento a caminho dos boxes, o toque é inevitável e devido ao mesmo o Ferrari levanta voo, dá várias cambalhotas e antes de aterrar completamente destruído ainda cospe o corpo inerte de Villeneuve para fora do habitáculo, quando chegou a assistência médica já nada havia a fazer e a novidade ecoou por todo o circuito de Zolder: Gilles Villeneuve estava morto!

O Ferrari 126C2 teve tudo para ficar na história da modalidade pelos melhores motivos, era bonito, rápido, conduzido por uma dupla fantástica e se nada corresse mal seria campeão do mundo, mas não, a mesma história virou as costas a este lindo modelo e em vez de ficar gravado para sempre nas mais belas páginas da Fórmula 1 ficou escondido nas páginas mais negras pois este foi carro onde morreu Gilles Villeneuve a 8 de Maio de 1982, ele mesmo, o herói de toda uma geração.

É pena, este modelo merecia tudo...


Um grande abraço.

Pedro Costa

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