Monday, April 12, 2010

Modelismo - Ferrari 126C2 Fujimi 1/20 (9)


Olá a todos.


Hoje vou continuar a história da construção deste modelo, o Ferrari 126C2.

Depois de, no último artigo ter contado algumas das peripécias que me fizeram perder imenso tempo nesta montagem, vamos hoje retomar a normalidade, fazer tudo outra vez, é certo mas o modelismo é mesmo assim, muitas vezes temos que fazer e refazer as mesmas peças até as mesmas ficarem ao nosso gosto.

Neste caso não foram defeitos de moldagem ou uma pintura deficiente que estiveram na origem da repetição de toda a fase de beneficiação com lixa para a preparação da pintura com o primário, foram sim, motivos de ordem "animal", mas isso já lá vai, agora é olhar sempre em frente e continuar.

Vamos ao trabalho:



Depois de ter decapado a carenagem quase na sua totalidade com óleo de travões DOT4, tive que retirar os restos de tinta e primário que ainda se encontravam agarrados à mesma, por norma em locais de pouco acesso.

Para isso recorri às sempre úteis lixas de água, com os grãos a variarem entre o 400, 600 e o 1000 para conseguir fazer uma decapagem perfeita, passei cerca de dois dias nesta operação e como já disse anteriormente, acho que o resultado final ainda ficou melhor do que a primeira vez, logo no inicio da montagem.



Depois desta fase ter sido superada fiz aquilo que qualquer modelista deve fazer antes de efectuar qualquer tipo de pintura nas suas peças, uma lavagem bem profunda, de preferência com água quente e detergente para a loiça (eu uso daqueles bem concentrados, com aroma a limão...).



Por norma encho a pia do lava-loiças da minha cozinha com água quente, misturo um pouco de detergente e coloco as peças que quero lavar uns minutos de molho, depois, com uma escova de dentes já velha e usada escovo muito bem as peças para retirar possíveis sujidades que se encontrem entranhadas em todo o tipo de recantos e reentrâncias, após todo esse trabalho costumo enxaguar muito bem as peças debaixo de água corrente e coloco-as a secar quase sempre dentro de uma caixa vazia, para evitar que as mesmas apanhem pó.



Dois dias depois é hora de dar o primário, utilizei o sempre fiel primário branco da Tamiya, muito bom, com um grão muito fino e que nos deixa as peças com uma textura muito boa, sem o tão temido efeito "casca de laranja" ou também o sempre desagradável granulado.

Para começar dei uma passagem muito leve, só para cobrir um pouco a carroceria, após esperar cerca de meia hora dei então a segunda passagem, esta já bastante pesada, neste caso cobri a peça toda com tinta tentando acima de tudo conseguir um efeito uniforme, ou seja, tentando colocar a mesma quantidade de tinta em toda a peça, ficou muito bom, como podem comprovar pelas imagem que estão acima deste texto.

Primário aplicado, fase seguinte: a secagem do mesmo, deixei a carenagem a secar durante dois dias, findos os quais fui à procura de irregularidades, não existiam mas mesmo assim voltei a dar uma passagem muito ligeira com lixa de grão 1000, sempre com água para "amaciar" a superfície e prepara-la para receber a tinta vermelha.



Como este trabalho, o modelismo é feito de operações que se repetem vezes sem conta, depois de ter lixado muito suavemente a carroceria tive que voltar a lavá-la de novo, desta vez para retirar o pó deixado pela lixa como também para desengordurar a peça visto ter ficado com muita gordura agarrada, gordura essa que está quase sempre presente nas nossas mãos, apesar de muitas vezes nem darmos por isso.

Este processo de lavagem é todo ele idêntico aquele que expliquei no inicio deste post, daí vem a repetição de processos de que falava.



Secagem concluída, passo seguinte: pintura.

Neste caso tive uma certa sorte porque não necessitei de comprar tinta, como tinha montado anteriormente o Ferrari 126CK tinha muita tinta que tinha sobrado dessa montagem, pois a referência é a mesma, Tamiya TS-8 "Italian Red" em lata de spray, para fazer a pintura, à semelhança do primário comecei por dar uma camada muito leve, só para borrifar a peça, nesta fase não é necessário dar muita tinta, basta um pouco, esta primeira camada vai servir como uma cama para as seguintes.

Desta vez o período de secagem foi um pouco mais longo, esperei cerca de uma hora até dar a segunda camada, esta mesma já é um pouco mais pesada, dando-se mais um pouco de tinta e nesta fase já se tenta e convém mesmo preencher a totalidade da carroceria, não se preocupem se a tinta ficar com um efeito ondulado, esse efeito vai desaparecer depois.

Mais uma hora de secagem intermédia e então chega a hora de dar a terceira e última passagem, esta sim vai ser bastante carregada, dando-se muito mais tinta do que nas camadas anteriores de modo que a peça fique com um aspecto molhado, como se tivesse saído de um banho, convém dar uma camada bastante uniforme evitando a todo o custo que a tinta acumulada por excesso escorra, é um erro muito comum, acreditem, já me aconteceu várias vezes, outro problema que pode ocorrem devido á má dosagem da tinta é a variação de tons, por outras palavras, as zonas que receberam mais tinta têm tendência a ficar mais escuras do que aquelas que receberam menos, por isso muita atenção, tentar fazer uma pintura muito uniforme, sem excessos.



Depois de ter concluído esta fase tive que deixar a carenagem a secar cerca de duas semanas e meia, pois também nessa altura iria estar ausente, a trabalhar fora, foi uma coincidência que até correu bem...

Quando voltei a casa tive outra surpresa, tinha chegado a nova folha de decalques, já podia voltar a decorar o modelo agora que ele já estava bem seco, por isso já sabem como é, meti logo mãos à obra e o resultado final vai ser mostrado no próximo post: colocação dos decalques e envernizamento.

Está quase, falta muito pouco para terminar este modelo que já está começado à cerca de um ano, vai ser uma boa prenda de anos para o Blog pois foi por causa deste Ferrari que resolvi abrir este espaço, e foi também com uma foto deste modelo que ilustrei o meu primeiro post.



Devido à minha vida profissional, este artigo foi escrito com um grande atraso em relação à construção real, e por isso, peço desde já desculpa a todos, a partir de agora vou tentar aproximar ao máximo os artigos do tempo real, vai ser aos poucos, por exemplo, o próximo post que publicarei também já está concluído à algum tempo, mas vou tentar resolver a coisa, não se preocupem.

Espero que tenham gostado, a conversa de hoje foi um pouco longa, por isso vou terminar por aqui.


Um grande abraço a todos.

Pedro Costa

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