Friday, July 1, 2011

Vídeo - Rally Portugal 1984 - "The Movie"


Olá a todos.

Enquanto aguardamos que este que vos Bloga (eu.....eh! eh!) dê continuidade ao seu actual projecto de cariz modelístico (o Lotus 97T) e volte a publicar os habituais relatos de montagem, vamos neste intervalo assistir a um pequeno filme com cerca de 25 minutos que descobri na tarde de ontem no Youtube.

Este apaixonante documento histórico mostra-nos uma breve resenha histórica de uma das edições mais espectaculares do Rali de Portugal, uma prova onde só praticamente no final é que se soube quem era o vencedor, onde a luta entre duas grandes marcas marcou o inicio daquilo que seria a tendência nos anos seguintes, onde os carros de Grupo B lutaram taco a taco entre eles, hoje mostro-vos como foi a edição de 1984 do Rali de Portugal.


Tudo começou como era habito na altura nas classificativas de Sintra, verdadeiras especiais onde o asfalto era rei e senhor, aqui o domínio foi todo dos Lancias 037 de Markku Alen, Atillio Bettega e Massimo Biasion (Toivonen domina no inicio mas despista-se e abandona no final desta ronda tripla), de notar também a excelente prestação de António Rodrigues (na foto acima) ao volante de outro 037, este privado, o piloto Português chegou mesmo a bater os carros de fábrica em alguns troços e viu ser-lhe prometida a assistência de fábrica se conseguisse terminar a primeira etapa na frente da armada Audi.

No final do dia, quando a caravana chegou à Póvoa do Varzim os Lancias dominavam por completo as três primeiras posições da geral, Biasion liderava seguido por Bettega a 2 segundos, Markku Alen estava já a 1 minuto e 40 segundos na terceira posição, o quarto classificado era Hannu Mikkola da Audi e em quinto da geral encontrava-se Jean Ragnotti no pequeno mas espectacular Renault 5 Turbo, o Português António Rodrigues não conseguiu cumprir o objectivo pedido pela casa mãe e chegava à Póvoa em sétimo colocado a cerca de 4 minutos de Biasion e atrás dos primeiros Audis, um excelente resultado para um privado, mesmo assim Rodrigues preferiu abandonar a prova para não exigir demasiado do seu Lancia que estava preparado unicamente para piso de asfalto e as provas de terra estavam já ali na segunda etapa...e o meios de que dispunha eram extremamente limitados e teriam que durar todo o ano desportivo nacional.

A partir daí, com o inicio da segunda etapa assistiu-se ao renascer dos homens da Audi que passaram de imediato ao ataque vencendo troços atrás de troços por intermédio de Walter Rohrl, Stig Blomqvist e Hannu Mikkola, a Lancia reage de imediato e conseguem combater a verdadeira investida dos pilotos da marca Alemã, no final do segundo dia de prova a distância tinha diminuído mas mesmo assim a liderança ainda pertencia à Lancia com Alen no comendo da prova, entretanto a prova tinha chegado ao norte de Portugal, ao Minho.


Com o começo da terceira etapa os troços de terra continuavam a ser uma constante e agora, a caminho do Sul tudo poderia mudar pois os Audis estavam cada vez mais perto da frente e já ninguém acreditava na resistência dos três Lancias que perdiam cada vez mais terreno muito por causa da sua tracção traseira, impotente para a tracção integral do "Quattro".

Não demorou muito até todas as previsões se concretizarem, na 28ª prova de classificação Mikkola passa Alen e coloca-se no comando da prova com...1 segundo de diferença para o Finlandês, Alen ainda tenta resistir mas já é tarde demais e quando a caravana chega finalmente a Viseu e termina a etapa a diferença de Mikkola é já de 43 segundos para a armada lancia, sempre capitaneada por Markku Alen.

Faltava só um dia de prova e faltavam também os temíveis troços da zona de Arganil, o mais conhecido de todos tinha 57 kms de extensão e já tinha ficado famoso em anos anteriores pelos duelos protagonizados na conhecida especial de Arganil.

Começada a etapa assiste-se de novo ao renascer de Alen que consegue recuperar 33 segundos e volta a acreditar que pode vencer, aplica-se a fundo durante toda a etapa mas não resiste, perde segundo atrás de segundos a cada especial e no final do Rali termina na segunda posição a apenas 27 segundos da vitória que esteve ali tão perto!

Na terceira posição ficou Atillio Bettega a uns impressionantes 23 minutos de diferença para os dois primeiros logo seguido por Massimo Biasion...a Lancia poderia ter vencido o Rali de Portugal de 1984 se não tem participado um tal de Hannu Mikkola ao volante de um Audi Quattro, a tracção integral tinha finalmente chegado para ficar!

Vamos assistir ao vídeo desta linda prova que ainda hoje é recordada pelos amantes da modalidade:



Um grande abraço.

Pedro Costa

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